quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

o exagerado


 O compadre Betil era um sujeito muito exagerado, em todos os sentidos, quando ele começava a falar mal de alguém exagerava tanto que a pessoa que ouvia chegava a pensar que aquela pessoa era a pior do mundo,mas quando resolvia elogiar alguém o ouvinte ficava curioso, com vontade de conhecer aquela pessoa tão maravilhosa.
                Certa vez um sobrinho seu se inscreveu em um curso técnico de edificações e o compadre Betil saiu espalhando por aí que tinha um sobrinho que era engenheiro civil.
                Quando sua filha começou a namorar um rapaz que trabalhava de vendedor em uma  loja de carros na capital ele contou pra todo mundo que seu genro era dono de uma rede de revendedora de carros e que se ele quisesse qualquer carro de qualquer modelo era só pedir para o novo parente.
                Toda vez que ele ia ao mercado sempre trazia mercadoria suficiente para dez pessoas, sendo que sua família era somente três pessoas. É melhor sobrar do que faltar dizia ele.
                O carro que ele tinha era uma Kombi, na verdade não era para trabalho não, ele dizia que era pra sua família não se sentirem apertados no carro.
                O compadre trabalhava de vaqueiro em uma grande fazenda e quando seu primo que veio de outra região e estava precisando de emprego pediu que arrumasse uma vaga na fazenda pra ele também.
                O exagerado disse ao patrão que tinha um primo que era um vaqueiro muito bom, muito bom mesmo, na verdade era o melhor vaqueiro de ele já tinha conhecido, tão bom que era melhor que ele mesmo.
                O patrão não teve dúvidas, demitiu o Betil e contratou seu primo.

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