A matemática

A matemática sempre foi uma pedra no sapato de Antenor, desde seu período de infância. Na escola era obrigado a decorar a tabuada, como tinha dificuldades ele sempre levava constantes puxões de orelha da professora. Repetiu quatro vezes na terceira série. Não levava a sério de maneira nenhuma.

Abandonou a escola logo cedo, pois dizia que não precisava da matemática para sobreviver. Começou a trabalhar como vendedor de picolés na rua e como errava o troco constantemente levava prejuízo, foi despedido.

Seu primo arranjou-lhe um emprego como auxiliar de pedreiro, trabalhou por bastante tempo na área e só saiu do emprego quando, conversando com seus amigos eles perceberam que o chefe dele o enganava nos pagamentos. Antenor não descobrira antes, pois não sabia calcular nem o salário semanal.

Por mais que as pessoas insistissem para que o rapaz voltasse a estudar para suprir esta deficiência em sua vida ele sempre dizia que não precisava daquilo para sobreviver.

Conseguiu novamente outro emprego em uma empresa de explosivos como carregador e lá trabalhou por pouco tempo até que seu encarregado o mandou carregar três caminhões com detonadores, cada caminhão era diferente do outro em quantidade e o moço fez a maior confusão. Foi despedido.

No bar desolado com a situação de sua vida, tomando umas pingas e reclamando pra Deus e o mundo foi ouvido por um cara esquisito que por ali se encontrava, com meia hora de papo e Antenor estava recrutado para fazer um “trabalhinho extra” já que ele trabalhara com explosivos. O trampo era explodir caixas eletrônicos e fazer grana fácil.

Na primeira vez foram a uma loja para explodir o caixa eletrônico e a quantidade de explosivos foi calculada excessivamente, Antenor que já havia levado bomba em tantas provas de matemática em sua vida explodiu junto com a loja e seu comparsa.

A matemática faz parte da vida, não tem como fugir dela.