terça-feira, 19 de julho de 2011

O freio de mão


Naquele dia estava João no estacionamento do supermercado ligando seu carrinho, estava orgulhoso, pois havia realizado a compra do mês que havia lotado a porta malas de seu automóvel.
Como ele gostava daquele carrinho, não era como estes modernos que tem um monte de bugiganga eletrônica, mas era o seu carrinho, que era lavado todo domingo de manhã, recebia uma cera e ficava brilhando a semana toda.

Bateu na partida e ele pegou de primeira, porem quando foi baixar o freio de mão para sair percebeu que o cabo havia se soltado.

-Preciso ir ao mecânico para arrumar este problema, senão pode ocorrer algum acidente comigo. -pensava consigo mesmo.

Pela estrada João curtia seu som e imaginava qual mecânico levaria seu carro no dia seguinte enquanto subia um morro íngreme, quando chegou ao topo do morro viu algo inesperado, era um carro que acabara de sair da estrada e subir no barranco. A motorista do carro estava caída para o lado do desfiladeiro, pendurada, não havia escorregado ainda porque segurava em uma pedra, mas gritava para que alguém a socorresse.

Aquele homem que ha poucos minutos atrás tinha apenas um pequeno probleminha que era o seu freio de mão tinha agora a sua frente uma grande decisão a tomar. Se parasse para ajudar a senhora que estava pendurada ele teria que dizer adeus ao seu carro, pois sem o freio de mão o mesmo iria despencar, se ele não ajudasse aquela desconhecida não iria agüentar por muito tempo com seu próprio peso e iria se arrebentar nas pedras.

Naqueles milésimos de segundas muitas coisas passaram pela cabeça de João, o dia da compra do seu carrinho, a última vez que encerou e limpou os tapetes, pensou na compra do mês que estava no seu carro que era para sustentar a sua família, mas por fim o instinto de ajudar o próximo falou mais alto e ele largou o carro e correu para retirar a senhora.

Cansado por ter retirado a senhora e meio hipnotizado pela situação, João deitado na grama olhava para a direção onde antes estivera seu carro e pensava como estaria ele agora, naquele momento apareceu ambulância do corpo de bombeiro e a mulher foi levada para o hospital, somente ficou por ali o coitado do João. 

Após cinco dias a campainha da casa é tocada e João vai atender e um casal estava a sua espera, ele reconhece a mulher de prontidão.

Vim aqui pessoalmente para segurar na mão do homem que salvou a vida da minha esposa, de todas as pessoas do mundo ela é a que mais amo, sou dono de uma grande rede de hipermercados e quero te dar como gratificação pelo resto da sua vida sua compra mensal.

E para buscar a compra no supermercado vai precisar de um carro, ta vendo aquele carro sem placas estacionado ali? É seu novo carro toma a chave.

João Limpou os olhos pois uma lágrima corria, disse que não saberia como agradecer. 
Quando deixamos nosso egoísmo e olhamos com olhar de misericórdia para com o próximo, Deus olha com olhar de misericórdia para conosco e não nos desampara.

2 comentários:

  1. Olá, boa tarde!

    Amei seu texto, parabéns muito bom..
    Gosto de visitar os blogs sempre tem algo a acrescentar.

    Felicidades, bjs
    Selia

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  2. Selia

    Muito obrigado pelo comentario

    Fico muito feliz

    Vilson

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O que achou? Se comentar ficarei muito grato. Estou esperando...